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E quando se pensava, que a recente descoberta de vestígios de um Templo Romano, iria ser motivo para que as obras do prolongamento do túnel da Av. da Liberdade parassem, eis que surgem os arqueólogos da universidade do Minho a dizer que o mesmo “achado” (…) não coloca em causa a continuidade da obra (…), e para meu espanto (…) vai voltar a ser enterrado, podendo um dia mais tarde vir a ser estudado pelos arqueólogos (…), não duvido nem quero pôr em causa os conhecimentos desta nobre instituição que é a Universidade do Minho, mas alguém pediu opinião aos Bracarenses, sobre este caso, mais, será que esse dia em que haverá dinheiro vai chegar, pergunto não seria bom aproveitar agora, que uma boa parte da escavação está feita para por a descoberto este “Templo Romano”, algumas questões que podiam ser esclarecidas num debate público em torno deste assunto, mas resta pouco tempo, pois que as “ruínas” vão ser enterradas brevemente. foto: Templo romano de Vic (Osona-Catalunha)
1 comentário:
Parece ficar confirmado que andamos a reboque de uma metodologia de “segue a máquina”. Não havia sondagens prévias, a não ser aquelas que ficaram acordadas fazer entre o adjudicante, adjudicatário, o sub-contratado.
Infelizmente para nós, bracarenses, o sub-contratado, para os 30 anos de experiência que detém, já podia ter acertado uma metodologia mais assertiva com a CMB. Infelizmente, muitas vezes a UAUM esquece-se de que é uma unidade cultural da Universidade do Minho, que deveria produzir resultados científicos para o estudo de Bracara Augusta e age como uma empresa de objectivos lucrativos.
Se assim não fosse, como explicar que em 94 deixou-se destruir uma série de sepulturas romanas na Av. Central? Como foi possível ter deixado destruir uma série de sepulturas na Cangosta da Palha? Como foi possível destruir uma série de sepulturas aquando da construção do Shopping Sta. Cruz? Já repararam como nos dois primeiros casos foi para acondicionar parques de estacionamento e o último para albergar uma superfície comercial? Parece haver um padrão de actuação.
Superfícies comerciais, túneis, parques de estacionamento…Mas ainda há situações que podemos corrigir. Ainda vamos a tempo de exigir um plano de estudo para o Picoto, ainda estamos a tempo de salvar as 7 Fontes, ainda podemos conseguir informações históricas naquilo que já foi espoliado aquando da construção do Estádio Municipal, mas que pode ser minimizado no restante Parque da Cidade.
Se as obras do túnel pararem, será da responsabilidade da CMB, do empreiteiro e dos arqueólogos, uma vez que com tantos indícios arqueológicos em torno da Av. Da Liberdade (relembro, Shopping Sta. Cruz, CTT, Túnel Av. Central 94, Cangosta da Palha, Rua do Raio,Rua de S. Victor) era impossível que não aparecesse qualquer vestígio. Daí que os estudos prévios eram mesmo necessários para salvaguardar que o túnel, a ser construído, fosse construído conforme os achados. Se os achados fossem relevantes, poder-se-ia alterar o projecto de execução. Agora, ter arqueólogos que entram em obra dois ou três dias depois das máquinas só evidencia um mau prenúncio – que, de facto, tinha de haver uma “promessa” para viabilizar a obra. E se em 1994 o arqueólogo da CMB atestava que necrópole alguma inviabilizaria a construção do Parque de Estacionamento (não percam a III Crónica sem Memória, esta noite no BragaMaldita), nota-se que o critério mantém-se – necrópole alguma irá impedir que se construa nos CTT. Mas é estranho que um templo impeça construções na Av. Da Liberdade. Qual é o critério? São esses aspectos que a UAUM deveria especificar publicamente, devidamente validados pela CMB e pelo instituto da tutela (é a melhor salvaguarda que a UAUM tem para se resguardar de ataques à sua metodologia, num futuro próximo).
E não querendo instigar uma teoria da conspiração, convém lembrar que a Britalar tem pelo menos mais 3 obras que deveriam ter acompanhamento arqueológico. A da Rua Afonso Henriques com a Sto. António das Travessas sei que tem, mas faltam, uma vez mais os resultados. Agora a do Centro de Nanotecnologia, e o Hotel da variante do Fojo, em zona sensível da Via XVII (tal como alguém abordou no Bracara2009) mereciam uma cuidadosa investigação, e que eu saiba não há arqueólogos.
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